[31] A ler nos apaixonamos (I)
Apaixonei-me. Primeiro, pelo livros que escreveu. Depois pela profundidade do olhar dela quando assisti à sessão de autógrafos na Feira do Livro. Um dia, enquanto esperava pela minha vez no dentista, calhou ler uma entrevista dela a um dos suplementos de um jornal diário e soube de pormenores de incalculável valor para qualquer pretendente. Eram coisas íntimas, sentidas, sinceras. Fiquei mais apaixonado, quer dizer, alargou-se o âmbito da minha paixão: já não era puramente livresca, resultando dos sentimentos que me suscitava a leitura dos poemas dela, era algo mais comum, tangível, permitindo fabricar umas quantas imagens de sonho e futuro. Via-me a passear com ela, a cozinharmos juntos, a irmos à praia, a beber o café e a lermos juntos o jornal aos Domingos de manhã.
Até que um dia me cruzei com ela....