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Em preparação de mais uma viagem vale a pena ler a montante e a jusante do que vamos encontrar. E valeu, pois de caminho encontrei este livro:
E qual fado português, onde se diz que há mais poetas do que leitores de poesia, lemos que:
"O Presidente Ortega - ou «Comandante Daniel» como era tratado em toda a parte - não queria falar mais da sua experiência da prisão. [...] Comecei a fazer-lhe perguntas sobre a sua obra, mas ele pareceu ficar um pouco embaraçado. «Na Nicarágua», disse, «todas as pessoas são consideradas poetas até darem prova em contrário» (p. 37-38)
E depois:
"Acho que nunca conheci outro povo, nem mesmo na Índia e no Paquistão, onde os poetas são venerados, que desse tanto valor à poesia como o da Nicarágua.» (p. 43)
E finalmente:
"LA REVOLUCIÓN
Se lleva en el corazón
para morir por ella,
y no en los labios
para vivir de ella...»
(p. 144)
Está tudo dito.