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pólo sul

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Qui | 11.09.08

[71] A sombra do vento

polosul

- No sé qué me ha pasado. No te ofendas, pero a veces una se siente más libre de hablarle a un extraño que a la gente que conoce. Por qué sera?

Me encogí de hombros.

- Probablemente porque un extraño nos ve como somos, no como quiere creer que somos.

 

Carlos Ruiz Zafón, "La sombra del viento", p. 211.

 

Qua | 10.09.08

[70] Malmequer

polosul

 

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio não é um dia como os outros. Não é feriado nem há desfiles. Não se festeja coisíssima nenhuma, nem tão-pouco se celebra com flores ou lacinhos. Assim de repente, não me lembro de outro dia que lembre a morte de forma tão solitária. Há suicídios colectivos, solidários pois, mas nunca deixam de ser actos de vontade individuais. É a pessoa, na sua conchinha, individualmente, que toma essa decisão fatídica.
 
Para quê relembrar, e por via disso, pensar num dia destinado a prevenir o suicídio? Já oiço alguém a dizer que mais valia ficarmos calados, não vão os indecisos e os esquecidos acordar da sua inércia e ignorância e desatar a mergulhar de pontes, a dar tiros na boca, a atirar-se para os carris dos comboios ou até mesmo a matar, por esta ordem, a mulher, os filhos e finalmente suicidarem-se.
 
Curioso como este dia, mais um dia como qualquer outro não fosse estar decorado com a prevenção do suicídio, poder ser aproveitado para falar do que ninguém gosta que lhe aconteça na família ou na roda de amigos. E se já aconteceu, preferem esquecer.
 

Não deixe que o que se pretende prevenir hoje seja uma marca de água neste dia. Esteja atento a quem sempre lhe liga, ligue a quem nunca fala. Se não tiver ninguém, ligue para o SOS Voz Amiga. Eles ligam.