O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio não é um dia como os outros. Não é feriado nem há desfiles. Não se festeja coisíssima nenhuma, nem tão-pouco se celebra com flores ou lacinhos. Assim de repente, não me lembro de outro dia que lembre a morte de forma tão solitária. Há suicídios colectivos, solidários pois, mas nunca deixam de ser actos de vontade individuais. É a pessoa, na sua conchinha, individualmente, que toma essa decisão fatídica.
Para quê relembrar, e por via disso, pensar num dia destinado a prevenir o suicídio? Já oiço alguém a dizer que mais valia ficarmos calados, não vão os indecisos e os esquecidos acordar da sua inércia e ignorância e desatar a mergulhar de pontes, a dar tiros na boca, a atirar-se para os carris dos comboios ou até mesmo a matar, por esta ordem, a mulher, os filhos e finalmente suicidarem-se.
Curioso como este dia, mais um dia como qualquer outro não fosse estar decorado com a prevenção do suicídio, poder ser aproveitado para falar do que ninguém gosta que lhe aconteça na família ou na roda de amigos. E se já aconteceu, preferem esquecer.
Não deixe que o que se pretende prevenir hoje seja uma marca de água neste dia. Esteja atento a quem sempre lhe liga, ligue a quem nunca fala. Se não tiver ninguém, ligue para o SOS Voz Amiga. Eles ligam.