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pólo sul

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Sab | 29.12.07

[63] A fúria de ler

polosul

 

A fúria de ler passou-me a meio do relato de Benjy, esmoreceu na narrativa de Quentin e desapareceu com Jason. Não percebo o livro, não percebo as personagens e vejo e desejo-me para perceber aquela "stream of consciousness". Ando tão longe de tudo aquilo...

 

Mas continuo com esta fúria de ler.

Ter | 25.12.07

[62] A eterna saudade

polosul

 

A insónia da noite de Natal ofereceu-me um dos melhores presentes da quadra. Ao acaso, à procura do sono da madrugada, li (p. 7):

 

"O regresso, em grego, diz-se nostos. Algos significa sofrimento. A nostalgia é portanto o sofrimento causado pelo desejo insatisfeito de regressar. Para esta noção fundamental, a maior parte dos europeus pode utilizar uma palavra de origem grega (nostalgia) e além disso outras palavras com raízes na sua língua nacional: anoranza, dizem os espanhóis; saudade, dizem os portugueses, Em cada língua, estas palavras possuem um matiz semântico diferente. Muitas vezes significam apenas a tristeza causada pela impossibilidade do regresso ao país. Recordação dolorosa do país. Recordação dolorosa do lugar."

 

 

E acrescento eu: Recordação dolorosa de alguém.

Como o que sinto em relação ao X.

Sex | 07.12.07

[61] Bovary

polosul

 

"-O problema de Madame Bovary não foi o facto de ter cometido adultério - declarou Sarah numa voz serenamente confiante. -Foi o facto de o ter feito com falhados. Ela nunca encontrou um parceiro digno da sua heróica e fervorosa paixão." (p. 202-203)

 

Qua | 05.12.07

[60] Fausto

polosul

 

Depois de ler num dos diários de Saramago (Cadernos de Lanzarote) que no Doutor Fausto de Thomas Mann se encontrava tudo sobre o que era a literatura, comprei o livro. Por uma razão e outra, fui olhando o calhamaço, sopesando a sua densidade e peso e adiando a empresa. Recentemente peguei nele, li judiciosamente 50 páginas e pergunto-me no que Saramago estaria a pensar (e a ver) quando escreveu aquilo.

 

A redacção é esdrúxula e custa a decifrar (problema da tradução?); a história é desinteressante e deslavada; a estética (credo!, que palavrão!) é desconcertante. O que é que eles querem dizer e escrever, ambos, o Mann e o Saramago? Divido-me entre desistir de uma sensaboria presente ou insistir e acabar por descobrir uma obra-prima...

 

Vou ler mais 50 páginas e caso continue a sentir este travo insípido (é assim que se diz?) exerço o meu direito de leitor: desistir. Depois pondero se exerço um dos meus direitos de proprietário: oferecer o livro.