[54] Revisitando Mike(y) Hammer
Spillane continua a ser um grandessíssimo canastrão.
O Mike Hammer faz-lhe o jeitinho de ser um bruto, mas inteligente; insensível, mas que até gosta de música clássica; pragmático, mas que se deleita com a poesia de uns raios de sol na manhã nova-iorquina.
E depois tem coisas destas:
«A Dama de Gelo deixara o vestido deslizar para os pés, o que me permitiu verificar que não usava nada por baixo. Estava mais nua do que despida, sem o mínimo gelo, quente e bela e tão viva que me era possível descortinar os movimentos suaves da respiração. Muito viva, mesmo. Os bicos dos seios achavam-se orgulhosamente erectos.
Sorriu-me. Retribuí o sorriso e abri a porta.»
(O Assassino Implacável, p. 100)
Um sedutor, mas mesmo assim não passa de um canastrão.