[52] Na piscina...
…ou de como se pode gostar ou não de gordos. Ou ainda, de como se pode gostar de uma coisa por uma razão e não gostar por outra:
Hoje fui à piscina e a constatei que malta reentrou com força… e peso! Os gordos e gordas deram o corpo ao manifesto das promessas do longíquo Fim-de-Ano ou Ano Novo. E lá andavam, quais anafadas alforrecas de ar marítimo bem-disposto! Não há nada como um gordo para a risota, bem melhor do que aqueles meninos e meninas de corpos irrepreensíveis, armados em carapaus de corrida, a dispararem pela olímpica acima e abaixo como se fossem uns torpedos e sem respeito por ninguém!
Os gordos, por sua vez, apesar do ar pungente e concentrado de quem tem que cumprir uma promessa, são a placidez de quem vai a tempo, o descaso de quem tem tempo, o sorriso de quem não tem nada a provar que não a si mesmo e aos amigos que calçaram as pantufas àquela hora
Foi com alívio que verifiquei uma variação na fauna da piscina, repleta de seres vagarosos, tão diferente da fúria duns tubarões imberbes. Mas o gostar foi de pouca dura, pois o espaço que eles ocupam é muito, a inexperiência é grande e a piscina é curta e estrita. Resumindo e concluindo: simpatizo com os gordos, em todos os lados, excepto na pista da piscina onde estou a nadar.