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pólo sul

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12.08.22

[144] Milagre, R. J. Palacio

polosul
O título do livro em português parece-me ser um tanto ou quanto oco ou frívolo, por ser tão banal e aquém do que é narrado. Seja como for, é um livro de que se pode gostar, não tanto pelas suas escassas virtudes estético-literárias, mas pela história e as emoções que desperta. A narrativa - capítulos pequenos, repletos de histórias e pomos (é mesmo pomos e não pontos) de interesse - ajuda a uma leitura fácil, por vezes a explicar porque é que dois-mais-dois-são-quatro, (...)
12.08.22

[143] Seda, Alessandro Baricco

polosul
Foram as reminiscências da minha infância que me levaram a este livro. Quando era criança, perto do meu bairro, havia um imenso largo que se chamava, e ainda tem o mesmo nome, Campo das Amoreiras. Ali podíamos colher bichos-da-seda, não se lhes tocava, subíamos às árvores, arrancávamos as folhas onde eles se encontravam e púnhamo-los em caixas de sapatos. Fazíamos uns furinhos e passadas umas semanas eles começavam a fazer casulos, rompiam o casulo e apareciam as borboletas. (...)
02.03.22

[142] Crónicas de antanho

polosul
Fui a um dos cantos esquecidos das prateleiras de livros e encontrei isto: Um livro de crónicas de Fernando Barradas e Ercílio de Azevedo, publicadas n`O Comércio do Porto, durante os anos da brasa de 1975 e 1976. Declaradamente de Direita, ou anticomunistas, num tempo em que pouco havia de meias-medidas e o maniqueísmo ideológico era real e objetivo, ao contrários destes tempos em que basta dizer que não se gosta de carne para ser-se logo rotulado de vegetariano (ou coisa pior), o (...)
11.01.22

[141] Cut ou a automutilação

polosul
“Sometimes when we’re in situations where we feel we’re not in control, we do things, especially things that take a lot of energy, as a way of making ourselves feel we have some power.” (...) "But Callie.”  (...) “You’d have so much more power… if you would speak.”  
21.12.21

[140] E os filhos?

polosul
Gerald L. Posner é um jornalista de investigação que já escreveu vários livros sobre assuntos díspares e que se desdobrou em múltiplas atividades. Não se pode dizer que este livro, "Os Filhos de Hitler" (1991), seja brilhante, mas cativa o leitor interessado nas repercussões que os atos cruéis dos pais possam ter na vidas dos respetivos filhos. O título é enganador, pois não são filhos de Hitler, mas (...)
11.11.21

[139] Poesia, Daniel Faria

polosul
A edição, é justo assinalar, coube a Vera Vouga, e a apresentação do livro pode ser lida aqui. Para quem não esteja familiarizado com Daniel faria, diria que à poesia dele se poderia aplicar o título (nesta coletânea, um capítulo) da p. 115: Homens que são como lugares mal situados. De seguida, apontaria para a p. 49, como que a resumir o que aquilo significa: A pedra tem a boca junto do ouvido E (...)
06.11.21

[138] A minha vida é um subúrbio

polosul
- Sou um disponibilizador de substâncias psicolúdicas. A minha suposta condição de traficante é uma imposição do sistema capitalista tardo-industrial (p. 28). 54: Obrigar os negros do bairro a estudar significaria ter de lhes dar, depois, as oportunidades que não existiam. Tirar aos funcionários e aos cantoneiros que ali viviam os pacotes de telelixo equivaleria a reconhecer que os enganaram toda uma vida. Escrever e falar nos media sobre a aborrecida realidade custaria o emprego (...)
07.10.21

[137] Vista Chinesa

polosul
Por ocasião do lançamento do livro, num vídeo que se pode ver aqui, Tatiana Salem Levy, aponta dois factos que travejam este romance - a violação de uma mulher, a sua amiga Joana, em agosto de 2014; e meses depois, ter assistido a uma exposição de fotografias de Taryn Simon, no Salão do Livro de Paris, sobre americanos que tinham sido presos por crimes violentos que não tinham (...)
30.08.21

[136] A morte de Quincas Berro Dágua

polosul
Em rigor, o título do livro é o seguinte: "A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua". E não, não há lapso algum no texto transcrito. Resumidamente, é uma história sobre o que se faz, diz e ficciona durante as exéquias de um homem que um dia abandonou a família para se tornar um boémio, e que diz à esposa, Otacília, e à filha, Vanda, que são umas jararacas. (p. 35) Quincas, de seu nome, amantiza-se com (...)
30.08.21

[135] Facas, de Valério Romão

polosul
Sim, confesso-me um admirador da escrita de Valério Romão. É verdade que gosto de todos os escritores com um pendor filosófico, que não tem de emergir só porque sim ou por vaidade, mas com uma intencionalidade literária, como tendo mesmo que ser assim, se não seria outra coisa qualquer e não era tão bom. E Valério Romão faz isso, o discorrer da erudição é acertado e tem pleno cabimento na história. David Lodge tem páginas e páginas nos seus romances onde martela o seu (...)